Anónimo, Lourenço de Medici, O Magnífico (1449-1492) Pintura a Óleo |
Lourenço de Medici, o Magnífico.
Lourenço de Medici, o magnífico, foi
um Banqueiro influente que marcou indubitavelmente o início do
Renascimento florentino com o seu mecenato[i]
e amor às artes. Neto de Cosimo de Medici, Lourenço foi um dos que melhor
representou os ideais do Renascimento italiano. O cognome de “O Magnífico” tem
origem não só no seu poder financeiro, mas também por ter sido, na tradição da
família Medici, um dos grandes mecenas das artes em geral. Patrocinou escritores,
sábios e artistas e foi o impulsor das primeiras obras imprensas italianas.
Os Médicis comandaram uma sólida rede
bancária que lhes garantiu domínio económico e poder político. Lourenço e o seu
irmão Giuliano exerceram o governo da cidade entre 1453 e 1492. Politicamente,
a rivalidade entre famílias banqueiras proeminentes teve o seu epílogo com a conspiração
dos Pazzi (1478), banqueiros rivais dos Medici, que contavam com a
protecção do pontífice Sisto IV. Os Pazzi, com a cumplicidade
do arcebispo de Florença, decidiram assassinar os irmãos governantes na
catedral Florentina. Giuliano perdeu a vida no atentado, porém Lourenço
conseguiu salvar-se, refugiando-se na sacristia.
Após a tentativa de assassinato Lourenço
fez jus ao nome de família, os Medicis, governando Florença como um autocrata
esclarecido promovendo o esplendor artístico da cidade de Florença. Para
angariar prestígio social o palácio Medici, em Florença, além das festas lendárias,
torneios e carnavais, transformou-se num famoso centro de cultura que levou à
emancipação das artes e das letras. A sua corte ficou famosa pelos sábios e
artistas que acolheu e que foram mantidos às expensas do príncipe: entre muitos
exemplos, o humanista Giovanni Pico della Mirandola, o poeta Angelo
Poliziano, os pintores Leonardo da Vinci e Sandro Botticelli
entre muitos outros. Nos jardins de São Marcos, abriu uma escola de escultura
onde o jovem Michelangelo Buonarroti fez a sua aprendizagem.
A associação aos Médici de artistas
como Michelangelo e Donatello fez
com que a família de banqueiros conquistasse a simpatia e admiração de toda a
gente, gerando uma percepção positiva no panorama cultural da Itália dos
séculos XV a XVII.
[i]
A
palavra "mecenas" tem a sua origem na Roma Antiga. No século I a.C.,
Caio Mecenas foi um conselheiro do imperador romano Octávio Augusto. Caio
Mecenas patrocinou a produção de vários artistas e poetas nesta época.